Rede pública do Ceará já realizou quase 500 cirurgias de redução de estômago

Quase 500 cirurgias de redução de estômago foram realizadas pela rede pública no Ceará. O procedimento está prestes a completar 10 anos de história na saúde local e ajuda a elevar a qualidade e a expectativa de vida dos obesos.

A primeira redução, conhecida oficialmente como cirurgia bariática, foi feita em 24 de janeiro de 2002, no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), em Fortaleza. Desde então foram feitos 489 procedimentos. No último levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) o Ceará contava com cerca de 40 mil de obesos.

De acordo com o médico-cirurgião Nei Lemos são realizadas duas cirurgias por semana no HGCC. “Trabalhamos ininterruptamente para atender a demanda da rede pública. O Ceará tem se destacado na realização de cirurgias bariátricas no contexto brasileiro”, afirma.

O levantamento da SBCBM aponta o Nordeste é responsável por 23% dos casos de obesidade no Brasil, perdendo somente para o Sudeste que possui 51% dos casos. O trabalho foi feito há dois anos.

Cirurgia avançada no Ceará

A rede pública do Ceará já vem realizado um tipo de cirurgia bariátrica semelhante ao procedimento da rede particular. A cirurgia, de videolaparoscopia, é menos invasiva, evitando cortes e maiores agressões ao paciente. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Josenberg Campos, a videolaparoscopia começou a ser introduzida na rede pública por meio de uma luta constante da SBCBM. “Esse novo método faz com que o paciente volte a trabalhar em cerca de uma semana. Ela evita grandes cortes no abdome”, diz Josenberg.

Nei Lemos disse ao Diário do Nordeste Online que testes mais avançados já foram realizados no Ceará. No mês de outubro deste ano uma equipe realizou testes no HGCC onde apenas um orifício do abdome era atingido. Esse método é mais avançado ainda que a própria videolaparoscopia.

Nordeste em situação complicada

O alto número de obesos no Nordeste indica que a população da região, de um modo geral, tem saído dos altos índices de miserabilidade, lembra o vice-presidente da SBCBM. “O Nordeste vem crescendo economicamente e a obesidade é uma consequência do consumo influenciado também pelo poder aquisitivo”, afirma Josenberg.

Josenberg Campos afirma que o nordestino tem o hábito de ingerir alimentos com altos índices de carboidratos e pouco valor nutritivo. “No Nordeste, assim como o Ceará, as pessoas têm o hábito de comer além dos fast-foods muitos biscoitos com elevados carboidratos, o que contribui para o acúmulo de gordura”.

A obesidade pode ser evitada, lembra o médico da SBCBM. Campos afirma que deve ser iniciada pelo educação alimentar dos pais, mas se a situação já é grave, a família deve procurar um nutricionista e até mesmo um médico endocrinologista. “Às vezes a obesidade não é causada apenas por um erro alimentar, mas também pode ser uma questão hormonal”, comenta.

Combate à obesidade

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica realiza entre os dias 9 a 12 de novembro o XIII Congresso da SBCBM onde o objetivo é discutir o papel da cirurgia bariátrica no tratamento de doenças metabólicas com foco na diabetes. O evento é realizado em Gramado, no Rio Grande do Sul.

(Ultima Hora - Portal Verdes Mares)

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