
PRIMEIRO PLANO
5 DE NOVEMBRO
Dia 6, amigos e familiares festejaram mais um aniversário do ilustre sobralense Ciro Gomes. Parabéns!
Foi surprendente a primeira entrevista concedida pelo industrial conterrâneo, Francisco Carvalho Soares, Chico Jorge, à Rádio FM Serra Grande, escolhido pelo PACTO, pré candidato a prefeito de Guaraciaba do Norte
A conversa foi marcada pela sinceridade, pela humildade e pela demonstração de amor à sua terra e ao seu povo. Aqueles que lhe atiravam pedras sem conhecer sua história devem estar encabulados.
Houve até quem semeasse mentiras a seu respeito, divulgando brigas entre ele e o ex-prefeito Assis.
Na edição de O GUARACY está uma excelente entrevista com Carvalho em que fala das ideias que sustentam o PACTO POR GUARACIABA DO NORTE.
A conterrânea Lucinda Marques que esteve recentemente na China já está preparando nova viagem internacional. Desta vez irá a Cabo Verde, na África, onde pude dar a minha contribuição da formação de alfabetizadores de adultos.
Já o amigo Baltazar Neto, também um dos idealizadores do PACTO, ainda nem desarrumou as malas da volta da Tailandia, já estará viajando a Israel e aos Estados Unidos.
Nesta semana também comemoraram seus aniversários, minhas alunas de Letras: Luzirene Sena, dia 3, de Pires Ferreira, e Mariana Santiago, dia 5, de Tianguá.
Festa grande mesmo foi o lançamento do livro sobre Visconde de Saboia, sexta feira, no auditório da UFC. Giovana Mont´Alverne e Gerardo Cristino mostraram prestígio.
Reencontrei o ex-colega Alarico Mont´Alverne, empresário de sucesso no Recife e agora cidadão pernambucano.
Escutei do Dr. Vicente Pinto, diretor do campus local da UFC, a confissão de que é leitor desta coluna. É muita honra. Obrigado.
Revi duas renomadas professoras: D .Iracema Ponte Bento e D. Jacira Pimentel. Elas são referencias fundamentais na história da educação em Sobral.
A professora Palmira Soares, vice Reitora da UVA, fez questão de ficar na fila de espera para receber autógrafos dois autores, professores de nossa Universidade. E que fila!
Por falar em livro, a Vice Reitora marcou para o dia 24, o lançamento sobre a História da UVA, do Prof. Ednardo Silveira. O evento será em parceria com a Academia de Letras de Sobral.
É até vergonhosa e lamentável a posição de alguns meios de comunicação sobre o câncer que atinge o Presidente Lula. Parece que torcem para que seja muito grave.
E os comentaristas de oposição ainda aproveitam para falar sobre bebida e tabagismo como se o ex-Presidente fosse a única pessoa a fumar e beber. Fazem tudo para agradar aos patrões.
Os tais meios de comunicação não captaram que perderam a credibilidade e que todo mundo percebe a quem servem. Mas não conseguem deter a popularidade de Lula e Dilma
A melhor revista semanal do momento é mesmo a Carta Capital. É a preferida pela maioria das pessoas que buscam conteúdo, qualidade e seriedade.
LITERATURA CEARENSE
PATATIVA DO ASSARÉ
Mariana Santiago (*)
Pobre, nordestino, analfabeto, morador de uma pequena cidade. Características que podem ser próprias de qualquer pessoa flagelada, injustiçada, desafortunada em nosso país, mas que raramente fazem parte da história de algum grande poeta. Mas houve a exceção: Antonio Gonçalves da Silva, o nosso querido e singular Patativa do Assaré.
No meio de tantas dificuldades nasce o mito. O poeta dos pobres, dos agricultores, dos feirantes, dos meninos de rua, da seca feroz. Poeta com apenas quatro meses de estudo, nos quais aprendeu basicamente a ler e escrever pessimamente, e com o tempo construiu seu próprio saber.
Comparava-se a Camões devido aos dois possuírem a mesma característica: a cegueira de um dos olhos. Suas poesias ganharam Assaré, Ceará, Brasil, o Mundo e nunca permitiu que a fama lhe subisse à cabeça. Manteve sempre a mesma rotina de agricultor: levantar ainda de madrugada, ir para a roça, dormir cedo. A porta de sua casa sempre se encontrava aberta para seus admiradores e para eles recitava seus lindos versos da qual sabia todos decorados. Dizia que primeiro criava o verso na mente e só depois do poema todo pronto é que transcrevia no papel.
Seus versos ecoaram nas rádios através da voz de Luiz Gonzaga, que com a “Triste Partida” viria a se tornar o hino do povo nordestino. Povo que largava sua terrinha e viajava para sul na esperança de mudar de vida. Participou de programas de televisão, novela, recebeu títulos de Universidades dentro e fora do país. Com o pseudônimo Alberto Mororó enfrentou a ditadura. Possuiu um contato direto com a UNE, sendo seus poemas contra o autoritarismo vigente publicados em jornais alternativos e por um triz não foi preso.
Gilmar de Carvalho, professor do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará que por sinal é sobralense, foi um dos seus grandes amigos e admiradores. Foi ele que escreveu umas das melhores biografias a respeito de Patativa e diz:
“Ave, Patativa. As palavras são imperfeitas para tentar esboçar um perfil, por mais apressado que seja, esgarçado e tênue, impreciso e rígido. Patativa do Assaré é a própria voz que enuncia, conciliando natureza e cultura, engenho e arte, razão e emoção”.
Hoje ele tornou-se uma figura indissociável do cordel. É quase impossível não pensar nele quando pegamos aqueles livrinhos de linguagem tão simples e ao mesmo tempo tão fascinante. Há quem duvide do seu título de poeta como se o fato de alguém ser ou não esteja ligado a erudição, vasto vocabulário. Mesmo que tal critério existisse o povo o tornaria. Povo para quem ele escreveu, o povo que ele tanto amava, o povo que se consternou com sua morte em 8 de julho de 2002.
(*)Mariana Santiago, de Tianguá, é aluna do Curso de Letras da UVA